Medida que prorroga a campanha contra a gripe foi adotada em decorrência do impacto da paralisação dos caminhoneiros nos atendimentos em serviços de saúde
A Campanha Nacional de Vacinação contra a gripe será prorrogada até o dia 15 de junho em todo o país. A recomendação do Ministério da Saúde, enviada aos gestores locais nesta terça-feira (29), foi adotada em decorrência dos possíveis impactos da paralisação dos caminhoneiros no transporte público e nos atendimentos em serviços de saúde. A campanha estava prevista para encerrar nesta sexta-feira (1º de junho), sendo que 100% das doses da vacina (60 milhões) já foram distribuídas aos estados, que estão devidamente abastecidos.
Após o fim da campanha, caso haja disponibilidade de vacinas nos estados e municípios, a vacinação poderá ser ampliada para crianças de cinco a nove anos de idade e adultos de 50 a 59 anos. O Ministério da Saúde reforça a importância dos estados e municípios continuarem a vacinar os grupos prioritários, em especial, crianças, gestantes, idosos e pessoas com comorbidades, público com maior risco de complicações para a doença.
Até o momento, ainda faltam 18,8 milhões de pessoas a serem vacinadas em todo o país. Balanço publicado nesta terça-feira (29), pelo Ministério da Saúde, mostra que 66% das pessoas que fazem parte do público-alvo, se vacinou. A expectativa do Ministério da Saúde é vacinar 54,4 milhões de pessoas até o dia 15 de junho.
“É muito importante que as pessoas consideradas do grupo-prioritário procurem os postos para se protegerem contra a gripe. A vacina é a medida mais eficaz para evitar a doença e garante proteção às pessoas com mais risco de desenvolverem a forma grave da doença”, ressaltou a coordenadora-substituta do Programa Nacional de Imunizações, do Ministério da Saúde, Ana Goretti.
Até 28 de maio foram vacinadas 35,6 milhões de pessoas. Este total considera todo o público estimado, englobando pessoas privadas de liberdade – o que inclui adolescentes e jovens de 12 a 21 anos em medidas socioeducativas –, funcionários do sistema prisional e pessoas com comorbidades. Dessas, 28,8 milhões são idosos a partir de 60 anos, crianças de seis meses a menores de cinco anos, trabalhadores de saúde, professores das redes pública e privada, povos indígenas, gestantes e puérperas (até 45 dias após o parto).
O público com maior cobertura, até o momento é de puérperas, com 78,1%, seguido pelos idosos (75,2%), professores (73,1%) e trabalhadores de saúde (71,6%). Entre os indígenas, a cobertura de vacinação ficou em 63,6% e gestantes 55,1%. O grupo com menor índice de vacinação foram as crianças, entre seis meses e cinco anos, a cobertura é de apenas 49,7%.
A escolha dos grupos prioritários segue recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS). Essa definição também é respaldada por estudos epidemiológicos e pela observação do comportamento das infecções respiratórias, que têm como principal agente os vírus da gripe. São priorizados os grupos mais suscetíveis ao agravamento de doenças respiratórias.
CASOS DE GRIPE NO BRASIL
O último boletim de influenza do Ministério da Saúde aponta que, até 26 de maio, foram registrados 2.088 casos de influenza em todo o país, com 335 óbitos. Do total, 1.262 casos e 218 óbitos foram por H1N1. Em relação ao vírus H3N2, foram registrados 412 casos e 58 óbitos. Além disso, foram 219 registros de influenza B, com 27 óbitos e os outros 195 de influenza A não subtipado, com 32 óbitos.
Entre as mortes em decorrência dos vírus da influenza, a mediana da idade foi de 50 anos. A taxa de mortalidade por influenza no Brasil está em 0,16% para cada 100.000 habitantes. Dos 335 indivíduos que foram a óbito por influenza, 235 (70,1%) apresentaram pelo menos um fator de risco para complicação, com destaque para adultos maiores de 60 anos: cardiopatas, diabetes mellitus e pneumopatas. Esse público é considerado de risco para a doença, por isso a vacina contra a gripe é garantida gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS).
UF |
Doses aplicadas |
Cobertura vacinal |
RO |
195.986 |
51,3% |
AC |
113.532 |
52% |
AM |
539.259 | 51,9% |
RR |
59.852 |
32,54% |
PA | 1.030.912 |
53,7% |
AP |
154.950 | 90,9% |
TO | 291.837 |
77,2% |
MA |
1.120.715 | 65,2% |
PI | 530.921 |
64,4% |
CE |
1.952.225 | 83,9% |
RN |
635.187 | 69,6% |
PB | 753.188 |
70,3% |
PE |
1.644.377 | 68,1% |
AL | 584.956 |
73,5% |
SE |
328.482 | 63,7% |
BA | 2.353.825 |
65,7% |
MG |
4.091.745 | 73,5% |
ES | 737.866 |
77,4% |
RJ |
2.163.345 | 47,6% |
SP | 7.087.393 |
58,3% |
PR |
2.253.011 | 74,5% |
SC | 1.334.845 |
72,2% |
RS |
2.395.496 | 69,6% |
MS | 492.890 |
67,6% |
MT |
557.417 | 70,1% |
GO | 1.673.850 |
99,8% |
DF |
576.794 | 78,5% |
BRASIL | 35.654.856 |
66% |
Fonte: Por Amanda Mendes, da Agência Saúde via Ministério da Saúde