Ministério da Saúde criou enquete para iniciar discussão de documento que vai aprimorar o atendimento de obesidade e sobrepeso na atenção básica e especializada no SUS
A obesidade e o sobrepeso, doenças que afetam milhões de brasileiros e boa parte da população mundial, terá o seu primeiro Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT). A formulação do documento está sendo feita em conjunto com a sociedade civil, profissionais de saúde e população. Para isso, o Ministério da Saúde publicou em seu Portal, uma enquete e está colhendo sugestões e contribuições até o dia 11 de setembro. O objetivo é que o Protocolo reúna recomendações para a assistência à saúde de usuários adultos portadores de sobrepeso e obesidade, atendidos na atenção básica e especializada no Sistema Único de Saúde (SUS).
Para a coordenadora geral de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde, Michele Lessa, o documento ajudará a pasta na implementação efetiva das políticas públicas para o controle destas doenças. “A participação de todos é importante neste momento, pois os usuários do sistema serão os beneficiados com atendimentos qualificados, recomendações adequadas e uma conduta terapêutica assertiva”, ressaltou.
O documento é instrumento para prevenção e controle da obesidade e do sobrepeso no país, já que para deter o crescimento dessas doenças na população adulta, por meio de políticas de saúde, é fundamental que os profissionais de saúde desenvolvam suas práticas de atenção à saúde com base nas melhores evidências científicas disponíveis. Neste contexto, o Protocolo confere segurança e efetividade clínica, de modo organizado e acessível aos profissionais de saúde.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a obesidade e o sobrepeso quase triplicaram desde 1975. Em 2016, mais de 1,9 bilhão de adultos, com 18 anos ou mais, apresentavam excesso de peso. Destes, mais de 650 milhões eram obesos. No Brasil, dados da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), de 2017, trouxeram que quase 1 em cada 5 brasileiros (18,9%) estão obesos e que mais da metade da população das capitais brasileiras (54,0%) estão com excesso de peso.
Para participar da enquete do PCDT de sobrepeso e obesidade acesse a enquete AQUI
ENQUETES
A alternativa de possibilitar a participação da Sociedade por enquete, possibilita maior publicidade e transparência ao trabalho de elaboração de Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) desenvolvido pela CONITEC.
Elas são disponibilizadas como consulta prévia, ainda na primeira etapa de construção do PCDT, para captar sugestões com base em uma proposta inicial e, consequentemente, melhorar, a partir de aspectos que podem não ter sido considerados e que fazem parte do cotidiano das pessoas. “Dessa forma, a participação popular será considerada desde o início do processo de elaboração do PCDT, e não apenas na Consulta Pública para deliberação final, o que aumenta a chance de refletir a realidade e de seu uso pelos profissionais”, completa Michele.
ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL CONTRA A OBESIDADE
O incentivo para uma alimentação saudável e balanceada e a prática de atividades físicas é prioridade do Governo Federal. O Ministério da Saúde adotou internacionalmente metas para frear o crescimento do excesso de peso e obesidade no país. O Brasil assumiu, no âmbito da Década de Nutrição da ONU o compromisso deter o crescimento da obesidade na população adulta até 2019, por meio de políticas intersetoriais de saúde e segurança alimentar e nutricional; reduzir o consumo regular de refrigerante e suco artificial em pelo menos 30% na população adulta, até 2019; e ampliar em no mínimo de 17,8% o percentual de adultos que consomem frutas e hortaliças regularmente até 2019.
Outra ação para a promoção da alimentação saudável foi a publicação do Guia Alimentar para a População Brasileira. Reconhecida mundialmente pela abordagem integral da promoção à nutrição adequada, a publicação orienta a população com recomendações sobre alimentação saudável e consumo de alimentos in natura ou minimamente processados.
Fonte: Vitor Maciel, da Agência Saúde.