Setembro é o mês mundial de prevenção do suicídio, chamado também de Setembro Amarelo. O assunto que já foi um tabu muito maior, ainda enfrenta grandes dificuldades na identificação de sinais, oferta e busca por ajuda, justamente pelos preconceitos e falta de informação.
O ano de 2017 foi um marco nacional nesse quesito com a ocorrência de alguns fatores que colaboraram a população como um todo a dar mais atenção ao tema e procurar informações. Em 2018, o CVV (www.cvv.org.br), uma das entidades mobilizadoras do Setembro Amarelo no Brasil, programou diversas atividades em todas as cidades nas quais possui um de seus mais de 90 postos de atendimento.
Alguns exemplos são caminhadas, palestras, balões amarelos, pontos turísticos e edifícios públicos iluminados, distribuição de folhetos e atendimentos em locais públicos.
Carlos Correia, voluntário e porta-voz do CVV comenta que é o período mais intenso para todos os voluntários da instituição. “Nos preparamos desde o início do ano para aproveitar esse importante momento de falar sobre prevenção do suicídio e, aos poucos, quebrar alguns tabus”, comenta.
Correia comenta que os 32 suicídios que ocorrem diariamente no país, média de 1 morte a cada 45 minutos, é algo que pode ser reduzido. “Perceber que a pressão interna está muito elevada, que o copo está para transbordar e, nesse momento ou antes disso, pedir e aceitar ajuda é muito eficiente. Conversar com alguém, seja conhecido ou desconhecido, de forma acolhedora e sem críticas já ajudaria essa pessoa a superar aquele momento. ” O voluntário do CVV complementa que muitas vezes as pessoas precisam de acompanhamento médico e/ou psicológico, mas que o serviço do CVV atua em situações de crises como complemento a esse tratamento.
Não é preciso estar ligado ao CVV ou a outra instituição para se mobilizar. Empresas podem fazer ações internas, distribuir materiais informativos disponíveis no site www.setembroamarelo.org.br e promover palestras. Órgãos públicos podem iluminar de amarelo fachadas de prédios, promover atividades, falar sobre prevenção nas unidades de saúde e escolas. E cada pessoa pode se mobilizar usando uma fita amarela ou vestindo amarelo, levantando o tema em seus grupos e buscando informações confiáveis sobre o assunto.
O movimento Setembro Amarelo, mês mundial de prevenção do suicídio, iniciado em 2015, visa sensibilizar e conscientizar a população sobre a questão. Visite www.setembroamarelo.org.br.
AMARELO, A COR DA VIDA!
Segundo informações do Mapa da Violência, em 2012, 117 meninos e meninas entre 10 e 14 anos se suicidaram no Brasil. No ano 2000, foram 83. Os números provocam questionamentos. O que leva pessoas tão jovens a se matarem? Quais as motivações para que nesta fase ainda inicial de transição da criança para o adulto, o sofrimento seja tão intenso e a morte deliberada ocorra? A inquietação nos incentiva a buscar informações. E é nesse espírito de prevenção, de conhecer para agir, que convidamos você a participar a campanha Setembro Amarelo.
A ideia é auxiliar na quebra de tabus e na conscientização da sociedade sobre o tema. Contribuir para que cada um, como sugerido pelo Iasp, entidade internacional de prevenção do suicídio, possa colaborar com a prevenção. O tema “Trabalhando juntos para Prevenir o Suicídio” é um estímulo à rede de apoio para redução dos crescentes índices.
A questão é complexa e, como tal, a resposta não pode ser simplista. Mas é preciso falar. O suicídio pode ser prevenido com informação. A identificação de sinais, a oferta e a busca por ajuda ainda enfrentam barreiras muitas vezes por preconceitos. Falar sobre suicídio costuma ser delicado, até mesmo pronunciar a palavra provoca às vezes uma situação de desconforto. Algo como já foi a lepra ou o câncer. Com a diferença que a dor psíquica em muitas situações é encarada como de menor importância que a dor física.
As mortes por suicídio, sobretudo quando ocorre com os mais jovens, causa comoção. Mas ela é fato em todas as faixas etárias: são 32 brasileiros por dia, quase 1 milhão de pessoas por ano no mundo. Se nove em cada dez mortes por suicídio podem ser evitadas, o que fazer?
Conhecer um pouco mais sobre o tema, buscar ajuda, saber que frases como “vou desaparecer”, “vou deixar vocês em paz”, “eu queria dormir e nunca mais acordar” podem expressar ideias ou intenções suicidas. Um sinal de alerta que precisa ser compreendido como comunicação e que não deve ser ignorado.
A falta de esperança e de visão do futuro, a culpa, a baixa autoestima e a visão negativa da vida, sejam verbalizadas, escrita ou até mesmo em desenhos apontam a necessidade de maior atenção.
Amarelo é a cor da vida, da luz, do sol. É mês de se unir a esta campanha de valorização. Tal como ocorre no Maio Rosa ou no Novembro Azul, busque informações, procure ajuda, fale abertamente sobre as emoções. A fala auxilia no entendimento dos sentimentos, na compreensão do que se passa dentro de si. Sem julgamentos, contra si ou contra o outro. E, se quiser, busque o CVV. Nossa missão é Valorizar a Vida, contribuir para que as pessoas tenham uma vida plena e, assim, prevenir o suicídio. – Leila (CVV Brasília)
*Precisando conversar ligue 188 ou acesse www.cvv.org.br.
Fonte: Portal Centro de Valorização da Vida