A dTpa protege contra difteria, tétano e coqueluche e está disponível no SUS para gestantes a partir da 20ª semana de gestação

Uma única vacina é capaz de proteger mãe e bebê contra três doenças graves. Esta é a dTpa, ou tríplice bacteriana acelular do tipo adulto, que imuniza contra difteria, tétano e coqueluche. A dTpa é uma das vacinas previstas no Calendário de Vacinação das Gestantes e deve ser aplicada nas futuras mães a partir da 20ª semana de gestação, com uma dose somente. A vacina acelular é segura para a grávida e o bebê.

De acordo com a coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI), Carla Domingues, o objetivo da vacina dTpa em gestantes é diminuir a incidência da coqueluche, principalmente nas crianças de 0 a 2 meses de idade. “Você vacina a mãe para evitar que ela fique doente e transmita a doença para o filho, quando nascer. Assim, não se tem a transmissão vertical, como chamamos. Ela também passa a imunidade passiva, de mãe para o feto. Quando a criança nascer terá anticorpos protetores até que ela possa receber a vacina dTp na Pentavalente, aos dois meses de vida”, elucida.

Para receber a dTpa, a grávida não precisa de prescrição médica. Basta procurar uma das 36 mil salas de vacinação espalhadas pelo Brasil, apresentar a Caderneta da Gestante  e se vacinar gratuitamente. “A partir da 20ª semana, quanto mais precoce a gestante tomar a vacina, mais ela tem chance de criar uma maior quantidade de anticorpos”, explica Carla Domingues.

PROTEÇÃO NECESSÁRIA

Foi o que aconteceu com Karlinda Roriz, de 31 anos, mãe da pequena Alice e grávida do segundo filho, Lucas. Ela conta que as vacinas previstas para gestantes estão em dia. “E a dTpa também já tomei. Se não me engano foi na vigésima segunda semana de gestação. Meu médico me deixou bem ciente da importância dela, principalmente para o bebê”, conta a assessora jurídica.

No caso de grávidas que, por algum motivo, não tomaram a dTpa durante o pré-natal, a recomendação do PNI é receber a vacina ainda no período do puerpério – de 0 a 45 dias após o nascimento do bebê. No entanto, nestes casos, a vacina terá a função de proteger somente a mãe e evitar que ela passe a doença para o recém-nascido. Mas, o bebê não terá como produzir anticorpos até a vacinação com dois meses. “O ideal é sempre vacinar durante a gestação”, alerta a coordenadora do PNI.

COQUELUCHE

O objetivo principal da vacina é a proteção contra a coqueluche. Essa doença, por exemplo, já esteve em números muito baixos – abaixo de 10 casos por ano. Mas nos últimos anos houve aumento da doença, especialmente em crianças abaixo de seis meses de idade. Por este motivo, desde 2016, o Ministério da Saúde começou a recomendar a vacinação de gestantes. A meta é voltar a reduzir os índices. A coqueluche pode deixar sequelas e levar à morte.

Os casos de difteria também apresentaram redução por conta da cobertura vacinal. Mesmo sucesso alcançado contra o tétano neonatal. Em setembro de 2017 a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas/OMS) declarou eliminado o tétano materno e neonatal nas Américas.

VACINAÇÃO PARA GESTANTES

O Ministério da Saúde, por meio do Programa Nacional de Imunizações, oferta quatro vacinas para gestantes: dTpa (difteria, tétano e coqueluche); dT (difteria e tétano); hepatite B; e gripe, esta ofertada durante campanhas anuais.

Além de zelar pela própria saúde, a gestante transfere os anticorpos obtidos com a vacinação — primeiramente por meio da placenta e, depois, pelo leite materno. Essa proteção é fundamental nos primeiros meses de vida da criança, já que o sistema imunológico ainda está se desenvolvendo e fortalecendo.

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Fonte: Erika Braz, para o Blog da Saúde.